Miguel Torrijos

Miguel Torrijos

PERFIL

O que se pode dizer do Caminho de Santiago? Nada, não se pode dizer nada. Você tem que fazê-lo para senti-lo. O Caminho de Santiago como tal não existe, as pessoas podem iniciá-lo onde quiser, e até terminá-lo também onde eles queiram. Porque nosso Caminho ha de acabar em Santiago? Para que alguém nos dê um papel (a “Compostela”)? O Caminho leva-se dentro de você, não são necessários nenhuns papéis.

Dizem que há tantos Caminhos como pessoas, mas por causa da infraestrutura, é “mais fácil” fazer o chamado “Caminho Francês”.

No meu caso aqui tive a primeira duvida: onde começar? Por “conforto” decidi, como a maioria dos espanhóis, iniciá-lo em Roncesvalles: não tem que atravessar a França, e a etapa do Sant Jean Pied de Port (SJPDP) a Roncesvalles é muito difícil e perigosa com mau tempo, já tem havido várias mortes nesta etapa. Mas repito, não é necessário nem obrigatório iniciá-lo em um desses dois lugares. Aqueles que procuram só a “Compostela” podem iniciar o Caminho de Santiago (muitos espanhóis fazem isso) em Sárria, a pouco mais de 100 km de Santiago. Se eu vier do outro lado do mundo (Brasil, por exemplo), não começaria em SJPDP, por causa da dureza, perigo, e pela possibilidade de ter uma lesão que em breve irá forçar você abandonar. Eu começaria mais perto de Santiago (Pamplona, Logroño, Burgos) e levaria em conta que o normal é fazer etapas de 20 a 25 km por dia, e seria bom pensar que além disso vai ser preciso ter algum dia de “descanso” (por qualquer motivo: doença, gestões, repouso, pequenos ferimentos…).

Confira o relato completo da experiência do Miguel Torrijos – Peregrino Espanhol no Caminho de Santiago.